quinta-feira, 18 de outubro de 2012


Segundo concurso de modelismo naval do Orkut


Olá pessoal, esse ano tivemos o segundo concurso de modelismo naval do Orkut. Houveram vários participantes inscritos, alguns com modelos bem interessantes como o veleiro Preussen e

Yamato - Gabriel
Nina -  Leornardo
Preussen - Daniel
Beagle - Henrique
USS Defiance - Anderson
Graf Spee - Edu
HMS Invencible - Anderson
Hood - Gabriel
Bismarck  -Gabriel

Koning/Arizona - haviam sido inscritos mas acho que os autores excluíram os posts.
Infelizmente a Nina, cuja montagem prometia, foi abatida por um acidente e o Leonardo deve ter perdido o gosto.
Assim, tivemos somente 2 competidores na final, o Anderson e o Gabriel, cujas resenhas começo a publicar hoje.

USS Defiance - Anderson




O kit do Defiance  é o  velho molde da Revell que nos 70´s e 80´s foi lançado por aqui como o USS Tacoma....e que foi um dos sonhos de infância, nunca realizado. Esses navios eram gunboats da classe Ashville que foram construídos entre 1966 e 1971.

Como dito, o molde é antigo, um daqueles que poderiam ser excelentes mas que a Revell não se esforçou muito em termos de acabamento. As "portas" são uma ridículas linhas em alto relevo, assim como as escadas. E para uma escala grade, poderia ser mais detalhado. Mas ainda assim a beleza natural do navio torna o kit altamente interessante para qualquer apreciador de modelismo naval.

O Anderson fez um excelente trabalho no navio. Acompanhando a montagem ele se deparou com muitas falhas do modelo, tais como largas fendas provocadas por encaixes mal feitos. Se saiu muito bem nisso, tanto que mal se vê imperfeições estruturais. Vejam abaixo o aspecto realista e bonito do bicho.


Os decais deram um pouco de silvering....


Um belo trabalho na linha d´agua, sem borrões e reta. Os eixos das hélices deram trabalho à ele, mas ficaram perfeitos. E as hélices também ficaram muito boas. Poderia ter dado um 'suspiro' com o aerógrafo usando tinta lilás para imitar o bronze levemente oxidado.


Poderia ter feito um pequeno wash para simular a ferrugem e desgaste. Embora navio modernos em tempos de paz sejam muito bem tratados e dificilmente enferrujam.
Mas como mesmo belas mulheres precisam de maquiagem, um pouquinho de desgaste não faria mal.


Uma visão "aérea" do barco, mostrando como ficou com um aspecto real.


Aqui vemos um dos pontos que não gostei, e que foi motivo de vários conselhos ao autor : Ter usado linha de tecido para fazer as amuradas do barco. Não ficou legal, pois é ruim de se trabalhar, sempre fica com um aspecto artificial. No caso vemos diversas irregularidades na colocação. Claro que falar é sempre mais fácil do que fazer mas acredito que se tivesse colocado fio de nylon teria ficado bem melhor : o nylon é facilmente colado com cianoacrilato, o que dispensaria essa volta que a linha dá em torno do pino, que deu um aspecto de serra à toda a balaustrada.


A corrente da âncora também deveria ter sido pintada. Não existe corrente dourada em navios. Poderia também ter raspado a borda da antena para ficar mais fina.


O canhão poderia ter sido melhorado colocando fio enrolado para simular a mola de amortecimento. Não sei se a pintura real é toda em cinza ou se tem áreas que poderiam ser pintadas em gun metal, mas de qualquer forma o aspecto ficou bom. E vamos levar em conta que o modelista "deu a cara a tapa" e mandou fotos em alta resolução em modo macro, o que evidencia qualquer defeito da montagem. Atentar para o detalhe das pinturas das bóias e mangueira de incêndio.




Eu senti falta da bandeira da embarcação, fosse no mastro principal ou no mastro de popa.


Enfim, nosso colega está de PARABÉNS pq construiu um barco magnífico, que daria orgulho a qualquer um de nós amantes do plastimodelismo.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

...and Oscar goes to....

É difícil...achei que seria fácil mas me surpreendi com o nível dos modelos, o que deixou tudo mais difícil. Ainda mais que ocorre da gente simpatizar com um determinado modelo, torcer para que não apareça nenhum melhor e de repente aparece outro melhor ainda.

Nesse concurso vi que a comunidade está com muitos bons modelistas em naval e, sem medo de parecer pretensioso, considero que isso vem muito da minha 'insistência' na assunto. Quando comecei a frequentar a comu, naval era praticamente inexistente e hoje a realidade já é outra, como podemos ver na resposta a esse concurso. Também vi uma grande evolução nos demais ramos. Basta comparar as postagens de 4 anos atrás com as atuais para ver que o nível subiu muito. A troca de informações e experiência deu um resultado impressionante. A colaboração dos moderadoes e outras 'figurinhas carimbadas' que são referência na comu também contribuiu muito para isso. Sem contar o 'clima de boteco'  que impera e que permite que mesmo acaloradas discussões políticas não abalam essa camaradagem.

Mas e o resultado ? Como disse iria premiar o modelo que demonstrasse o esforço do modelista. Ao contrário de algumas coisas da vida (futebol, política, mercado financeiro, novela da Bobo, etc.) o resultado no plastimodelismo é diretamente proporcional ao esforço empreendido.
Assim vimos que haviam modelos muito bonitos porém pouco realistas e outros muito bons mas que faltava um toque a mais.

Antes de dizer que é o vencedor faço questão de elogiar o Endem do Eduardo : para um iniciante ficou realmente muito bom. Quando vi achei que seria o vencedor pois pode-se ver o cuidado com os detalhes que fazem a diferença em qualque modelo. Parabéns !

Mas sem delongas, o vencedor foi o Yamato do Igor. Um modelo gigantesco onde o principal desafio é não deixar parecido com um 'brinquedão' em cinza e hull red. Se preocupou com o acabamento do convés para simular a madeira - se bem se lembram esse foi um dos ítens que mais martelei ao longo desse tempo. Também se preocupou com os pequenos detalhes, as pinturas da grades, o cuidado com os aviões, os cabos, etc. O conjunto do tratamento de todos esses pequenos detalhes dão o resultado bonito e realista que é o Yamato apresentado aqui.

Peço desculpas aos participantes e aos que acompanharam o concurso ao longo desses quase 7 meses pela demora em postar o resultado, acho até que criou um 'anticlimáx' por conta dessa demora. Mas o Lord Nelson, o Yamamoto e o Nimitz aqui do lado já me puxaram a orelha...

Parabéns ao Igor e aos demais participantes e em julho teremos o anúncio do segundo concurso de naval do Orkut.


sábado, 26 de fevereiro de 2011

IJN Yamato - autor : Igor



Antes de mais nada tenho que pedir desculpas aos participantes do concurso por ter lavado tanto tempo para postar essa última resenha. Juntou uma viagem, fim de ano, problemas no trabalho, outra viagem e uma certa falta de saco, é forçoso dizer... mas enfim aqui estamos.
O modelo em questão é o kit em 1/350 da Tamiya, que já tive o prazer de montar e ter o desprazer de deixar o trabalho 95% concluído, viajar, passar 4 anos fora e quando voltar ver que a marinha americana não teria feito um trabalho melhor de destruição...mea culpa por não ter guardado o navio em uma caixa própria. Triste foi ver os photoetched da Gold Medal Models corroídos pela maresia de Fortaleza.

O Yamato dispensa apresentações : maior encouraçado da história, infelizmente chegando tarde para uma guerra naval dominada pela aviação. Teve um papel secundário nas operações japonesas e sua missão mais notória foi seu último raid, indo de encontro à uma frota americana com combustível somente de ida, sem barcos salvavidas, em uma inútil missão kamikase tão ao gosto dos japoneses. Bombas e torpedos o colocaram à pique antes de chegar ao objetivo.  Ao navio e ao meu kit : Rest in peace.



Essa edição vem em uma caixa em que a tampa já vale a pena emoldurar : uma imagem belíssima da proa do bichão exibindo em destaque o crisântemo tão presente na cultura nipônica.
O modelo está muito bem montado, começando pela base onde o Igor deu um efeito interessantíssimo na plaqueta com o nome da nave :






Pena que as fotos enviadas não foram em uma resolução maior para melhor apreciarmos os detalhes. Acima uma visão lateral do navio onde podemos observar os cabos, um aspecto realista do modelo. Vejam como fica imponente em sua base.

Abaixo uma visão da proa e as duas torres triplas dos canhões de 18.1 pol. Isso dá cerca de 46 centímetros...Como eu gostaria de presenciar uma salva de canhões desse calibre ! Devia ser uma coisa de louco. Apesar da baixa qualidade da foto conseguimos ver que o nosso colega Igor fez o dever de casa e pintou o convés com tons diferentes de cor para realçar o aspecto de madeira. As estruturas de metal estão muito bem destacadas da 'madeira', sem manchas de pintura que matam qualquer modelo. Vai um puxãozinho de orelha por conta da emenda das duas partes do convés : deveria ter passado o puty ao menos para disfarçar, mas ficou totalmente exposta ! Poderia também ter realçado as correntes das âncoras. Um drybrush pela proa teria dado um toque a mais.


Aqui a meia-nau e popa. Vejam como os projetistas do navio se preocuparam em criar uma 'fortaleza' em torno das estruturas centrais do navio. Um avião que tentasse um ataque à essa região iria enfrentar um formidável fogo antiaéreo. A chaminé, graças à pintura. ficou legal dando a sensação de ser oca, o que não ocorre no kit. O autor também se preocupou em dar um efeito de realçe nas torres antiaéreas, escurecendo o local por onde corre a fita de munição.


O Yamato tinha um grupo aéreo numeroso com direito à um poço para manutenção ! Não sei se conseguiam guardar os aviões internamente. Vemos que o modelista fez a lição de casa direitinho e os aviões ficaram muito bons, com direito a todos os decais que vem no kit. Pena não ter incluído um kit de photoetched para adicionar hélices aos aviões e amuradas ao navio. Aqui vai outro puxão de orelha : no barco menor (que não é o que deveria estar aí - eu guardei as instruções, Igor !) visto na foto, o modelista deixou os furos originais ao invés de removê-los. Se não desse para tirar ao menos tampar com puty, não deixar esses buracos.



Achei legal ter deixado um dos aviões ficar pendurado pelo guindaste. Mas o fio que usou ficou grosso demais. Plastimodelismo é assim : se for melhorar alguma coisa, cuide para que fique realista. Para isso deveria ter usado um fio de núcleo de transformador (o mais fininho de todos), enrolado em si mesmo (para parecer um cabo de aço) e pintado com betume da judéia para dar o efeito de engraxado. A bandeira do Sol Nascente ficou show.


A avaliação geral do kit é : ficou excelente ! Tem os defeitinhos citado acima mas que não comprometem o resultado final. Como disse nas resenhas dos outros modelos em 1/350 essa escala pode ter a vantagem de ser grande, mas por isso mesmo exige do modelista empenho em adicionar detalhes para dar maior realismo. E isso o Igor conseguiu, Ganhou até um prêmio :






Com essa resenha finalizamos essa etapa do concurso. A próxima será a declaração do vencedor. Vou deixá-los em suspense esse domingo e declarar o vencedor só no final do dia, depois do BBB11 (eca !).

terça-feira, 23 de novembro de 2010

USS Bogue - autor : Gabriel


Como disse anteriormente, o Gabriel ainda nos brindou com um interessantíssmo modelo de porta-aviões de escolta, conceito que os americanos utilizaram em larga escala na WW2, principalmente no Pacífico. Salvo engano construíram mais de 20. Eram navios obviamente  bem menores que seus colegas da classe Essex, mas que prestaram serviço essencial na luta antisubmarina. No caso o Bogue se notabilizou nas águas do Atlântico. Esse navio parece inofensivo ? Vejam que  scoreboard esplêndido :


Comparando com o destroyer  ao lado se vê como eram navios pequenos para o padrão de um NAE. Vejam o tamanho do avião em relaçao à largura do convoo : o piloto tinha que se garantir para no meio do oceano pousar seu avião nesse cisco de aço. Sem GPS, INS, muitas vezes com silêncio no rádio..Fico pensando se a cada avião pousado tinham que pô-lo no elevador para liberar a pista ou se arriscavam o pouso com outros aviões presentes....


Não conheço o modelo da Tamiya, mas seguindo a tradição o kit deve ser muito bom.
O autor já ganhou pontos por ter colocado o modelo em uma vinheta de 'navegação em mar aberto'. O efeito é sempre impactante e embora pareça difícil, é a coisa mais simples do mundo de fazer. Poderia ter dado uma amassadinha a mais no papel alumínio utilizado para diminuir o tamanho da 'marola' (a escala !!!), mas ficou muito bom.

Nosso colega optou por manter o elevador abaixado, com um avião dentro. Salvo engano o poço desses elavadores é pintado de branco, o que serviria para realçar o mesmo.

Uma bela tomada da frota.  Observem o efeito de espuma, como ficou legal. O grupo aéreo também está muito bem feito e realista.
Uma coisa me chamou a atenção : se a designação do barco era CVE-9 porque tem um '20' ? Pergunta para o autor, se o decal que veio foi esse ou se não veio decal algum e ele se virou com o que tinha.





Outra foto bacana da dupla. Poderia ter dado uma sujada no barco que ficaria melhor, mas mesmo assim está muito bom. Observar que os estojos dos salva-vidas foram pintados. Esse veículo é do kit ou foi emprestado de algum outro ?  Poderia ter realçado as linhas do convés, especialmente os cabos de amarração. Quase não dá para perceber mas o casco no navio é em duas cores. Pelas fotos que pesquisei na net o tom do azul é mais escuro.


Uma ferrugem escorrendo na proa ficaria tão bem...
Mas parabéns ao autor pelo bom trabalho realizado nesse modelo. Pelo pouco tempo que levou na montagem ficou muito bom, dando o realismo que sempre considero a principal qualidade de um modelo, seja em qual escala ou gênero for.

Marcelo Albuquerque - 23/11/2010

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

DKM Tirpitz - autor : Gabriel

Nosso colega Gabriel não somente aceitou o desafio de montar um modelo em 1/350 como ainda de quebra apresentou NAE em 1/700, montado em tempo recorde. Por hoje falaremos somente do Tirpitz.


O primeiro modelo apresentado foi um Tirpitz 1/350 da Academy. Quando estive em Blumenau (onde conheci o Oráculo) tive a oportunidade de comprar um modelo desses por R$ 150,00...ok, ok..deixei passar essa. Mas deu para notar que o nível é digno da Tamiya, moldagem muito boa mesmo.



A história do Tirpitz acredito que a maioria já conheça : irmão gêmeo do Bismarck, foram uma classe de encouraçados lançada com o objetivo primário de guerra de corso, ou seja, voltados para o afundamento de navios mercantes. Uma visão um tanto atrasada do comando alemão (ou do cabo austríaco ?), pois para isso os U-boat de sairiam bem melhor como foi provado na Primeira Guerra. E também reflexo da visão ainda pouco 'aérea', onde o encouraçado era a peça principal do poder naval e não o porta-aviões. O resultado foi trágico para o Bismack, afundado em sua primeira missão (inutilizado pelo torpedo de prosaico Swordfish) e melancólico para o Tirpitz, que passou boa parte da guerra escondido em constantes reparos nos fiordes da noruega, até ser definitivamente afundado por um ataque aéreo da RAF. De fato os aviões foram cruéis com os belos encouraçados... Quem se interessar pode os restos submersos do navio (na verdade é a plataforma utilizada para desmanchá-lo após a guerra, mas boa parte do casco ainda está lá) : http://maps.google.com/maps?ll=69.647222,18.807222&spn=0.01,0.01&t=m&lci=org.wikipedia.en&q=69.647222,18.807222%28German%20battleship%20Tirpitz%29

Mas vamos ao modelo do Gabriel. Ele optou pelo característico padrão de camuflagem do navio, faixas brancas e negras formando cunhas no casco.  O aspecto geral do navio ficou muito parecido com o Bismarck anteriormente apresentado : muito bem montado, bem pintado mas sem marcações para tirar a monotonia do cinza do e do marrom do convés. No caso do Tirpitz que sofreu um pouco ao longo da vida, precisava de um envelhecimento para ficar mais realista.  Também poderia ter estendido a pintura da camuflagem à ponte e estruturas do convés (ajoelhou tem que rezar, colega !). No entanto ressalto que o autor saiu-se muitísimo bem na pintura da camuflagem : de cara branco com preto, sem manchar nem borrar. Observem a finura de algumas das cunhas.


A suástica ficaria muito bem nesse convés...Acho interessante como tanto o kit da Tamiya como da Academy serem pobres em decais. Que custava incluir o brasão dos barcos, bem como as marcações do calado ? São detalhes assim que vão fazendo diferença. As âncoras ficaram pouco realçadas.



No caso de navio em escalas grandes como 1/350 podemos até usar artifícios como simular zonas de sombra para tirar a monotonia do cinza e aumentar o realismo. Podia também ter pintado umas bóias.
E como sempre, batendo na tecla do efeito de madeira do convés...a cor chapada não fica legal. 1/350 é para detalhar mesmo...as virtudes e os defeitos aparecem mais.




Truque citado acima, aplicado no meu USS Saratoga (amigos, estou lhes entregando o ouro !) : é bastante sutil, e só fica bom se for assim. Observem que abaixo de cada torre de AA existe uma zona de sombra. Isso foi feito com aerógrafo. Por isso que aparece mesmo tirando a foto com flash. Sem contar (como diria Luis Melodia) com o auxílio luxuoso do giz pastel espalhado por várias partes do convés. Para quem ainda tem alguma dúvida : giz pastel é tão essencial no plasti quanto a tinta e a cola.

O autor passou uma quantidade interessante de cabos,  mas não sei se é efeito das fotos mas me parece que o mastro principal ficou inclinado por conta do esticamento das linhas. Lembro que os cabos de navio não precisam ficar totalmente esticados pois na vida real eles se curvam pela força da gravidade, da mesmo forma como fios elétricos que vemos nos postes.

Meia-nau ressaltando os cabos. Observar que o autor colocou os cabos dos guindastes. Poderia ter feito o gancho com fio de cobre (em formato de azol) e plasticard em trapézio como suporte.



Aviões bonitinhos e bem cuidados. Mas em 1/350 dá para fazer umas hélices em scratch. E passar uma antena com sprue bem fininho.


Da mesma forma que disse ao Daniel, foi tão longe, poderia ter ido mais além, especialmente com um 1/350 nas mãos..o modelista tem obrigação de detalhar.
Mas ressaltando, o navio está muito bom, a montagem excelente, sem nenhum defeito visível de 'funilaria' e com um pouquinho mais de paciência pode dar uma guaribada (é só cearense que conhece esse termo ou os 'do sul'  também ??). Parabéns ao Gabriel por essa empreitada e estamos no aguardo de novos modelos.

Marcelo Albuquerque -  22/11/2010

domingo, 14 de novembro de 2010

Cruzador SMS Emden - autor : Eduardo Jony

Adorei essa escolha do Eduardo, um belo modelo da época da I Guerra Mundial : o cruzador SMS Emden da marinha alemã, cruzador leve que se destacou como corsário no Oceano Índico, em memorável 'raid'  em 1914, no qual afundou ou capturou cerca de 30 navios aliados. Isso mesmo, cerca de 30 navios, muito mais que o Graf Spee e sem comparação com Bismarck e Tirpitz.  Mas parece que a fama, assim como escolhe pessoas, também escolhe navios para brindar !



O kit é da Revell em 1/350, escala discutida no post anterior, onde se existe a vantagem das peças serem maiores, apresenta o desafio de tornar essas peças mais reais através de mais detalhamento.

Não conheço o kit mas me parece ter um nível bom de detalhamento, nada que se compare à Tamiya ou um modelo de resina da Combrig, porém bem superior à algumas bombas que a Revell gostava de lançar no passado.

Abaixo vemos a seção da meia-nau exibindo as 3 chaminés do barco mais escaleres. Observem que o autor se preocupou em realças as bordas do anéis de sustentação das chaminés. Isso vem bem de acordo com o que falei no post da PT-109 sobre a importância de se destacar os relevos para não cairmos na cor chapada artificial. Contudo poderia ter feito a marcação um pouco mais sutil, pois se apliarmos a imagem é possível ver que em alguns pontos ficou um tanto 'larga' demais, em comparação com outras que ficaram mais de acordo. Problema semelhante vemos nos cabos dos turcos dos escaleres : preocupou-se em passá-los, mas usou linha de costura (never !, somente em escalas grandes para simular corda de amarração) e não sei se por causa da cola utilizada deu esse efeito de 'levantado', enquanto deveria ser justo o contrário, a corda pendente pela ação da gravidade. Mas o casco está bem legal, linha d'agua bem marcada e realce das placas de aço do mesmo. Podia ter colocado uma ferrugenzinha escorrendo pelas anilhas...


Visão geral do convés, notando-se o perfil estreito do barco : para fazer 23 nós tinha que bem esguio. Aqui vemos que o autor corretamente destacou as obras em tom de cinza escuro e manteve a madeirame em tom chapado marrom, infelizmente. Poderia ter passado mais alguns cabos entre os mastros também.



Nessa foto vemos novamente a linha 'flutuando' sobre os escaleres. Mas de toda sorte o aspecto geral do modelo é bastante agradável e realista. Observar o leme com devido realce e a hélice.



De novo a cor chapada do convés..nessa escala dá para fazer simulações de madeira só na base dos tons de marrom. Não sei se o modelo traz as ranhuras para simular as tábuas. Aqui vemos o mal efeito causado pela linha de costura. Alí por trás de vê um cabo pendente, como se estivesse frouxo, o que jamais ocorreria em um navio real. Também por conta do uso de linha de costura a amarração no mastro fica bastante grosseira.


O convés e a ponte. Bacana o realçe das correntes das âncoras. O mastro de vante ficaria melhor se fosse feito com um arame mais fino, dificilmente os fabricantes (mesmo a Tamiya) consegue fazer na 'finura' correta. Em relação à ponte de comando parece que as janelas não vem vazadas. Que tem só uma marcação em baixo relevo muito fraco. Nesse caso o autor optou por pintá-las, o que foi correto, já que não posso avaliar o grau de dificuldade que haveria em tentar cortar o plástico para abrir as janelas na marra. É claro que com isso haveria a questão de ter que fazer o interior da ponte, ao menos para disfarçar. É isso, escala 1/350 é para detalhar mesmo !  Mas indepente disso o autor poderia ter feito 'molduras' em fio de cobre para marcar as janelas. Tb podia ter usado artifício semelhante para realçar as bordas do separador logo à frente dos canhões. Antes que pensem que estou 'detonando' o modelo, é bem o contrário : gostei muito dessa montagem e isso são sugestões que teriam enriquecido o mesmo, já que o fabricante não o fez...



Uma bela foto da meia-nau. Como disse antes o aspecto ficou bastante real e convincente (mesmo com a linha de costura cheia de ondulações!). Observar os 4 canhões de 105mm.


Não parece que está no porto ? A bandeira merecia um tratamento melhor : ao invés de colar diretamente no plástico eu teria passado uma linha (de pesca) ou fio de cobre para simular a amarração no mastro de ré.


Assim colega Eduardo, posso dizer que vc está de parabéns, pegou um modelo bacana e fez juz à ele. Que lembre vc disse no f'órum que esse era um dos primeiros (se não o primeiro) modelos navais. Se for, maior ainda o mérito. As sugestões que dei acima são fruto de experiência e observação, nada que vc tivesse obrigação de saber ou fazer. E um photoetched para as amuradas também cairia muito bem. Ainda dá para colocar. E sim, muito bem pela iniciativa em ter feito uma base própria de madeira.

14/11/2010 - Marcelo Albuquerque

domingo, 7 de novembro de 2010

Encouraçado DKM Bismarck - autor : Daniel


Olá amigos, segue a nossa terceira resenha do I Concurso de Plastimodelismo Naval do Orkut, referente ao kit do Bismarck da gloriosa Tamiya em 1/350.
Fiquei feliz com a escolha do modelo, principalmente por ter sido o primeiro 1/350 inscrito no concurso e por ser do Bismarck, um navio belíssimo e digno representante do que era o 'poder naval' nas eras pré aviação e pré míssi, quando o canhão falava mais alto e era preciso ser bom de mira.
A história dramática do Bismarck é bem conhecida e embora fosse poderosíssimo, sempre achei que seu renome se deve mais à lenda que se formou que pelo navio em si. Ok, ok, ele afundou o Hood, mas possivelmente se isso não tivesse ocorrido teria fama semelhante ao seu irmão de classe Tirpitz, que passou a maior parte da guerra escondido em fiordes da Noruega em constantes reparos até ser definitivamente afundando em um ataque aéreo da RAF.

Mas vamos ao kit e à montagem. Já vemos acima o convés pintado em tom de madeira, observando-se que os detalhes do convés foram corretamente mantidos em cinza. Pintar esses detalhes em tom de madeira é imperdoável, mesmo para um modelista inexperiente. Madeira é madeira, aço é aço e jamais se trocam as cores de ambos.


Gostei muito do cuidado com a linha d'agua : nosso colega mascarou a mesma direitinho e não ficou borrada. Dada a escala com que se trabalha em naval, mesmo na 1/350, supostas falhas de pintura, ou pinturas feitas à mão, não seriam visíveis em um navio real, portanto a marcação da linha tem que ser perfeita, lisinha.
Sem contar a beleza natural do casco. Os engenheiros da Blohm + Voss capricharam nesse quesito. E vejam a altura do calado do bichão : tinha que deslocar muita água para se manter flutuando (42000 toneladas). Mesmo em NAE americanos modernos não se vê mais essa proporção calado x casco. Folhinhas de aço soldadas uma na outra, fazer o quê...


Nosso colega não enviou mais fotos da montagem, então seguem-se os comentários da montagem final.
Aqui uma bela visão do bichão depois de pronto. O autor optou por não pintar as típicas faixas brancas e negras nas laterais, nem a suástica no convés de proa e da popa. Isso teria enriquecido bastante do modelo. Achei estranha a disposição das âncoras, colocadas sobre o convés e não nos nichos do casco, mas pesquisando na net vi que aparentemente era desse jeito mesmo. Mas faltou no kit a âncora da frente, estranho a Tamiya ter deixado isso escapar. O autor também merece um puxão de orelha por não ter realçado a corrente das âncoras, fosse usando pincel no 'braço' ou passando o drybrush.



Olha ela aí...e nessa foto ainda fico em dúvida se as outras âncoras não deveriam repousar no nicho lateral.

O perfil característico da classe. Ocupa a largura inteira da bancada.

Sobre o modelo apresentado chama a atenção como está bem montado e pintado, sem falhas visíveis e respeitando as cores do original, mas (sempre tem um 'mas')...faltou ousadia ao autor : antes de entrar em detalhes divido com vocês uma reflexão : o que é mais difícil, montar um kit 1/350 ou um 1/700 ? As peças do 1/700 são menores, mas são menos numerosas. As peças do 1/350 são maiores e mais fáceis de pintar e manusear. Mas também são mais visíveis. O modelista então tem que caprichar mais ? Enquanto eu próprio não sei responder essa pergunta vejo que o Daniel fez tudo direito, trabalho nota 10, mas se esqueceu de 'dar vida' ao navio. Vejam o convés : cor chapada em tom madeira, sem fazer distinção alguma das pranchas, que em 1/350 são perfeitamente visíveis.


A título de comparação, vejam o convés do meu KGV em 1/700. Esse efeito foi dado da forma mais trivial possível : betume da judéia passado em diferentes diluições sobre tinta da 'madeira'. E fica bem razoável.


 Também poderia ter investido em photoetched...tudo bem que é caro, mas um kit desse nível ficaria muito mais rico com as amuradas, detalhes dos guindastes, etc. Poderia até ser um genérico, somente com a amuradas, mas aí teria que ter dado um detalhamento em outras peças. Fio de cobre serve para isso mesmo !


Também faltou mais cabos, o autor teve a iniciativa de aplicar alguns, mas poderia ser mais. O hidroplano tb merecia umas cruzes, se não tinha decalque, improvisava com mascaramento.


Foto em mais detalhe da ponte e estruturas : tudo limpo demais. O Bismarck não teve tempo de enferrujar e sujar, mas era preciso umas marcações para realçar as partes.


O resultado final deixou aquela sensação de 'chegou tão longe, podia ter feito mais`. Mas eu lembro que o próprio autor admitiu isso em post no tópico do concurso. Como disse, kit em 1/350 não sei se é mais fácil ou mais difícil, mas sei que precisa ser bem detalhado exatamente por ser maior. Mas não tem nada que impeça o autor de juntar um pouquinho de paciência a mais e dar o tempero que está faltando nesse belíssimo modelo. Verá que vale a pena.

Marcelo Albuquerque - 07/11/2010