segunda-feira, 22 de novembro de 2010

DKM Tirpitz - autor : Gabriel

Nosso colega Gabriel não somente aceitou o desafio de montar um modelo em 1/350 como ainda de quebra apresentou NAE em 1/700, montado em tempo recorde. Por hoje falaremos somente do Tirpitz.


O primeiro modelo apresentado foi um Tirpitz 1/350 da Academy. Quando estive em Blumenau (onde conheci o Oráculo) tive a oportunidade de comprar um modelo desses por R$ 150,00...ok, ok..deixei passar essa. Mas deu para notar que o nível é digno da Tamiya, moldagem muito boa mesmo.



A história do Tirpitz acredito que a maioria já conheça : irmão gêmeo do Bismarck, foram uma classe de encouraçados lançada com o objetivo primário de guerra de corso, ou seja, voltados para o afundamento de navios mercantes. Uma visão um tanto atrasada do comando alemão (ou do cabo austríaco ?), pois para isso os U-boat de sairiam bem melhor como foi provado na Primeira Guerra. E também reflexo da visão ainda pouco 'aérea', onde o encouraçado era a peça principal do poder naval e não o porta-aviões. O resultado foi trágico para o Bismack, afundado em sua primeira missão (inutilizado pelo torpedo de prosaico Swordfish) e melancólico para o Tirpitz, que passou boa parte da guerra escondido em constantes reparos nos fiordes da noruega, até ser definitivamente afundado por um ataque aéreo da RAF. De fato os aviões foram cruéis com os belos encouraçados... Quem se interessar pode os restos submersos do navio (na verdade é a plataforma utilizada para desmanchá-lo após a guerra, mas boa parte do casco ainda está lá) : http://maps.google.com/maps?ll=69.647222,18.807222&spn=0.01,0.01&t=m&lci=org.wikipedia.en&q=69.647222,18.807222%28German%20battleship%20Tirpitz%29

Mas vamos ao modelo do Gabriel. Ele optou pelo característico padrão de camuflagem do navio, faixas brancas e negras formando cunhas no casco.  O aspecto geral do navio ficou muito parecido com o Bismarck anteriormente apresentado : muito bem montado, bem pintado mas sem marcações para tirar a monotonia do cinza do e do marrom do convés. No caso do Tirpitz que sofreu um pouco ao longo da vida, precisava de um envelhecimento para ficar mais realista.  Também poderia ter estendido a pintura da camuflagem à ponte e estruturas do convés (ajoelhou tem que rezar, colega !). No entanto ressalto que o autor saiu-se muitísimo bem na pintura da camuflagem : de cara branco com preto, sem manchar nem borrar. Observem a finura de algumas das cunhas.


A suástica ficaria muito bem nesse convés...Acho interessante como tanto o kit da Tamiya como da Academy serem pobres em decais. Que custava incluir o brasão dos barcos, bem como as marcações do calado ? São detalhes assim que vão fazendo diferença. As âncoras ficaram pouco realçadas.



No caso de navio em escalas grandes como 1/350 podemos até usar artifícios como simular zonas de sombra para tirar a monotonia do cinza e aumentar o realismo. Podia também ter pintado umas bóias.
E como sempre, batendo na tecla do efeito de madeira do convés...a cor chapada não fica legal. 1/350 é para detalhar mesmo...as virtudes e os defeitos aparecem mais.




Truque citado acima, aplicado no meu USS Saratoga (amigos, estou lhes entregando o ouro !) : é bastante sutil, e só fica bom se for assim. Observem que abaixo de cada torre de AA existe uma zona de sombra. Isso foi feito com aerógrafo. Por isso que aparece mesmo tirando a foto com flash. Sem contar (como diria Luis Melodia) com o auxílio luxuoso do giz pastel espalhado por várias partes do convés. Para quem ainda tem alguma dúvida : giz pastel é tão essencial no plasti quanto a tinta e a cola.

O autor passou uma quantidade interessante de cabos,  mas não sei se é efeito das fotos mas me parece que o mastro principal ficou inclinado por conta do esticamento das linhas. Lembro que os cabos de navio não precisam ficar totalmente esticados pois na vida real eles se curvam pela força da gravidade, da mesmo forma como fios elétricos que vemos nos postes.

Meia-nau ressaltando os cabos. Observar que o autor colocou os cabos dos guindastes. Poderia ter feito o gancho com fio de cobre (em formato de azol) e plasticard em trapézio como suporte.



Aviões bonitinhos e bem cuidados. Mas em 1/350 dá para fazer umas hélices em scratch. E passar uma antena com sprue bem fininho.


Da mesma forma que disse ao Daniel, foi tão longe, poderia ter ido mais além, especialmente com um 1/350 nas mãos..o modelista tem obrigação de detalhar.
Mas ressaltando, o navio está muito bom, a montagem excelente, sem nenhum defeito visível de 'funilaria' e com um pouquinho mais de paciência pode dar uma guaribada (é só cearense que conhece esse termo ou os 'do sul'  também ??). Parabéns ao Gabriel por essa empreitada e estamos no aguardo de novos modelos.

Marcelo Albuquerque -  22/11/2010

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